A entrevista estava
marcada para as 19h, era uma quinta-feira à noite. Um muro alto na rua Arisoli
Ribeiro no bairro Jardim Palmira, escondia uma casa grande, em reforma. Chego faltando 5 minutos e toco a campainha
umas duas vezes. O portão se abre e uma figura simpática, alta, de camisa polo
listrada e bota cano fino aparece pra me receber. Logo vai apresentando sua
casa-estúdio “em reforma”. O andar de cima é estúdio, em baixo tem várias
salas. Mas onde ele mora com a esposa é numa edícula nos fundos.
Marlon me conta que
naquele dia havia tido ensaio das 13h às 18h com seu ex-atual grupo Canto da
Terra. Observo o estúdio muito bem organizado, porém ainda em construção. Sentamos-nos
e começamos nossa descontraída entrevista. Peço pra ele me contar como eram os
tempos de auge do baile com o grupo. Mas ele começa falando de lambada, que o
ritmo era sucesso na época e que eles precisavam mesclar isso. Oiii?! Então.
Tentei voltar o foco pro chamamé, mas ele estava tão empolgado, e senti que ele
precisava contar a historia em ordem cronológica, e eu tinha tempo, então
deixei ele falar.
Falou do grupo Uirapuru,
e aos poucos foi chegando no Canto da Terra, e do atual Marlon Maciel e Grupo. Confidenciou
muitas histórias relacionadas à história e ao fim do Grupo Canto da Terra,
projeto que hoje retomou em paralelo com seu atual grupo musical Marlon Maciel.
Na ocasião conheci a
esposa dele, e percebi o quanto ela apóia ele em tudo, pois eles vivem de musica.
Apesar da simplicidade, percebi a alegria do casal em me receber ali, e no
quanto eles se respeitam. Marlon me mostra todas as fotografias de sua carreira,
CDs antigos, e gravações como, por exemplo, a chamada do baile de lançamento do
primeiro LP do Grupo Canto da Terra.
Marlon explica sobre o
repertório musical do grupo, e afirma que dependendo da região onde eles vão
fazer o show, precisa ser adaptado. Infelizmente
nunca pode ser apenas de chamamé, mas destaca que diferente disso, todos os
seus CDs são 90% chamamé. A explicação para isso é a necessidade de se adaptar
ao que o mercado tem tocado, pois infelizmente, é a única forma de “sobreviver”
nesse meio.
O estúdio ainda em
construção guarda todos os arquivos importantes da história musical dele, e ao
que percebo, onde Marlon passa a maior parte do seu tempo.
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