A entrevista com um dos grandes defensores da bandeira do Chamamé no Estado, Orivaldo Mengual, estava agendada para uma sexta-feira, dia 25 de setembro às 19hs na Rádio Educativa no Parque dos Poderes.
Chegando ao local me deparo com um homem abatido, sem voz e cabisbaixo. Sem condições de dar qualquer tipo de entrevista. Inclusive naquele dia ele não apresentou o programa. Desculpou-se mil vezes, e fui embora triste, sem a próxima data agendada, pois ele me pediu que esperasse ele melhorar da voz.
Os dois dias de evento em comemoração ao Dia Estadual do Chamamé sugaram toda a energia dele. Em off confidenciou as muitas dificuldades que enfrenta no dia a dia para defender a bandeira do Chamamé no Estado de Mato Grosso do Sul. Inclusive, descreveu algumas situações em que esteve a fim de realizar o evento em comemoração ao dia do Chamamé, e da vontade que teve muitas vezes de desistir e ficar apenas com o programa de rádio, sem nenhuma outra perturbação.
Orivaldo é um dos fundadores do Instituto do Chamamé, representante e envolvido nos eventos da Colônia Paraguaia e esta há 12 anos no ar com o programa “A Hora do Chamamé” e se diz triste pelo Chamamé ainda ser tratado como subcultura no Estado, mesmo sendo um dos estilos que identificam o Mato Grosso do Sul. E ao ser perguntado porque ainda não desistiu já que havia tanta dificuldade, ele disse que veste a camisa pensando no futuro, “é uma forma de não deixar morrer nossa cultura” conclui.
Voltei uma semana depois e encontrei outro Orivaldo, mais alegre e mais disposto. Nesse dia conversamos muito e ele me contou o quanto precisou estudar e entender sobre o Chamamé para poder apresentar o programa “A Hora do Chamamé”.
Comentei sobre o blog que pretendo criar para disponibilizar o radiodocumentário e postar a vivência de cada entrevista, música e entrevistas futuras. Na ocasião ele me convidou a contribuir com essas postagens no site www.chamamems.com.br do qual é responsável. Eu agradeci e claro, aceitei o convite. Afinal de contas, será um privilégio colaborar falando do que mais amo: música.
Após esse dia, Orivaldo contribuiu com livros e algumas sonoras para composição deste radiodocumetário. E eu serei eternamente grata pela ajuda!
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